Cabo Verde (ou Cape Verde como se dizia antigamente, sim, antigamente, pois agora é Cabo Verde, oficialmente na língua inglesa) está localizada na costa africana a 570 KM da costa da África Ocidental e, bem no centro do atlântico. Este pequeno país insular, é constituído por dez ilhas nascidas da fúria vulcânica e tão belas quanto misteriosas.
Cabo Verde é mais ocidentalizado do que o resto do continente africano, mesmo assim, é, e sempre será, um típico destino africano: a música envolvente de ritmo e cheia de alma, os mercados populares movimentados em todas as cidades, uma gastronomia rica e diversa à base do milho, peixe e carne de porco, sendo que este último não faz parte da dieta de muitos países africanos (com a predominância da religião muçulmana), estes, são sinais claros que demonstram a proximidade do arquipélago da costa africana.
Este pequeno arquipélago tem uma população de meio milhão de habitantes, sendo que uma das ilhas não é habitada. Em Cabo Verde, podemos encontrar uma imensidão de especificidades produzidas pela mãe natureza e seu filho – o Homem.
Desde das profundezas do mar até à Música, é um aglomerar de singelas paisagens, culturas, tradições, hábitos e música, que compõem as maravilhas deste Petit Pays.
Não é o mais famoso ou óbvio dos destinos, mas iremos fornecer-lhe 6 razões pelas quais deve fazer uma visita a estas lindas ilhas vulcânicas.
1.ACESSIBILIDADE
Cabo Verde situa-se no meio do atlântico, possuindo uma posição estratégica entre 3 continentes, África, América do Sul/Norte e a Europa. Esta condição permitiu desde os primórdios da sua colonização torná-la num ponto de paragem obrigatório para o comércio interatlântico. E nos dias atuais, apesar da distância – a capital Praia fica a 2.837 km de Londres, no entanto, Cabo Verde pode ser visitado com facilidade a partir do Reino Unido. De fato, existem vôos diretos. A Thomson Airways voa para a ilha do Sal, a partir de Birmingham, Bristol, Glasgow, Gatwick e Manchester – e para a vizinha Boa Vista, de Birmingham, Gatwick e Manchester. A Thomson Cook Airlines segue a mesma rota, com voos para a ilha do Sal, a partir de Gatwick, Manchester e Birmingham e, para Boa Vista de Birmingham.
A transportadora nacional de Portugal, TAP é mais uma opção, servindo Sal e Boa Vista – além das ilhas de Santiago e São Vicente – a partir de Lisboa. Outras opções são oferecidas pela nova transportadora nacional de Cabo Verde, a Cabo Verde Airlines, que tem uma rota variada, com voos de Recife, Milão, Paris, Lisboa, Dakar, Boston e Roma, para a ilha do Sal (Hub aéreo de Cabo Verde) que, por sua vez, oferece voos de interligação para as demais ilhas do arquipélago.
2. HISTÓRIA
A história antropológica de Cabo Verde é incomum. Ao contrário da maioria das partes do planeta, era despovoado até que o colonialismo o povoou. As ilhas estavam desabitadas quando os marinheiros portugueses e genoveses chegaram em 1456, na procura por uma rota para as Índias buscando produtos rentáveis para o comércio com o mercado europeu . Portugal ocupou Cabo Verde e até meados do século XVII foi um entreposto comercial para comercializar escravos, tendo fundado o que hoje é a Cidade de Velha na costa sul de Santiago, em 1462, a primeira cidade colonial portuguesa construída na África.
A Cidade da Praia, seguiu-se em 1615, para evitar o pagamento dos impostos de aduaneiros em Ribeira Grande, Praia surge como um porto alternativo ao encontrar-se bem próximo à praia de Santa Maria que oferecia boas condições de desembarque aos navios. Praia foi adquirindo a categoria de Vila de maneira progressiva na medida em que chegava mais população procedente da antiga capital, e passou a ser a capital da ilha de Santiago no ano 1770.
Actualmente a urbe tem uma área de 258 km2 e uma população de 151.436 habitantes de acordo com o Censo realizado no ano de 2015. No Plateau se localizam todos os serviços, existe um amplo comércio e alguns dos edifícios públicos mais importantes, além de vários monumentos históricos com traços ainda bem visíveis da arquitetura colonial. Sendo que a arquitetura colonial está bem presente ainda em quase todas as ilhas.
3. PRAIA + SOL = RELAX
As Ilhas Canárias tendem a ser o destino da Grã-Bretanha para uma dose decente de calor, durante os meses gelados de dezembro, janeiro e fevereiro. Mas aqueles que estão preparados para voar mais duas horas no Atlântico, são recompensados pelo clima cabo-verdiano, que raramente se desloca dos 20°C em qualquer época do ano. O mais próximo de uma grande oscilação de temperatura, é a diferença de cinco graus entre a média de janeiro de 25°C e a de 30° C que define setembro. Horas de sol? Entre cinco e nove. Adorável!
Cabo Verde possui praias de areia branca, areia negra e de pedras negras. Todas singulares e de água bem quentinha, para um bom mergulho ou até para praticar desportos náuticos.
Existem duas estações de ondas, o inverno, de Outubro a Março, marcado pelas ondas grandes (10 a 15 pés) e também pelo vento que favorece o Kitesurf e o Kitewave nos picos mais abertos, e o surf nos picos mais protegidos. É verão de Junho a Setembro, com ondas de sul, que apesar de menores que o inverno (4 a 9 pés), quebram em formas perfeitas e tubulares.
4. ALL INCLUSIVE
A presença de Thomson e Thomas Cook na lista de opções de viagem deve ser um indício de que esses gigantes da aviação, vendem pacotes All-Inclusive para Cabo Verde, assim como vôos. Com foco nas ilhas do Sal e da Boa Vista, onde existem a maior parte dos resorts de praia.
Thomas Cook oferece pausas no Oasis Salinas Sea, em Santa Maria, na costa sul do Sal – uma estadia de sete noites com tudo incluído, voando a partir de Gatwick com o custo a partir de £679 por pessoa. A empresa Tui, detentora do Hotel Riu Touareg – oferece uma estadia de uma semana com tudo incluído, voando a partir de Birmingham, a partir de £927 por pessoa.
5. A MÚSICA
O presente cultural de Cabo Verde para o mundo é a música (!) Desde o batuko, funana, morna, coladeira, cabo zouk, todos esses gêneros musicais fazem de Cabo Verde um ninho de arte na sua forma melódica. E embora muitos dos outros gêneros anteriormente mencionados terem levado Cabo Verde a todos os cantos do mundo, a Morna, tem seu canto especial. Esta, é uma forma ritmada de música que surgiu no arquipélago (provavelmente na Boa Vista) em algum ponto indefinido no século XVIII.
Sua líder espiritual é Cesária Évora, uma cantora apelidada de “Diva dos pés descalços” , nascida em São Vicente – e foi tão amada que, desde sua morte em 2011, o aeroporto da sua ilha natal foi batizado com seu nome em homenagem. Sua voz poderosa e compreensão da melodia, perdura em sua terra natal, a capital da ilha, Mindelo. Uma pequena cidade agradável e pitoresca, onde a morna está presente nos bares e cafés de toda a cidade.
A música é uma componente essencial da caboverdianidade, faz parte do nosso DNA, aqui respira-se, vive-se e celebra-se a música. E não é por acaso que temos uma panóplia de festivais musicais de janeiro a janeiro, para todos os gostos.
Recentemente tem-se apostado num conceito de internacionalização dos festivais nacionais e, o Kriol Jazz tem sido um desses exemplos, assim como, o Atlantic Music Expo (AME).
6. DIVERSIDADE TÚRISTICA
A paisagem caboverdiana é marcada por uma diversidade singular, desde as montanhas até aos corais do seu oceano, sendo que, para os turistas revela-se como uma oferta dinâmica, podendo estes, usufruir do sol, das praias, das montanhas, das cidades e até de crateras adormecidas.
Cada ilha tem um aspecto singular, que para se conhecer o país profundamente, temos de embarcar nas especificidades destas, com espirito de aventureiro.