O antigo Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, vai ser candidato a Património da Humanidade. Os governos de Portugal e de Cabo Verde acertaram na quarta-feira à noite, em Lisboa, os detalhes da cooperação técnica portuguesa à candidatura junto da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, que vai avançar já em 2021.
“É com enorme satisfação que anuncio que Cabo Verde e Portugal acertaram esta sexta-feira, em Lisboa, os detalhes do quadro de cooperação técnica para a candidatura do ex-Campo de Concentração do Tarrafal a Património da Humanidade”, declarou Abraão Vicente, Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde . O acordo será formalizado a 1 de maio, no Tarrafal, ilha de Santiago, e o dossiê técnico da candidatura será entregue à UNESCO no próximo ano.
O campo, construído em 1936 pelo Estado Novo, fica situado em Chão Bom e recebeu os primeiros 152 presos políticos a 29 de outubro, tendo funcionado até 1956, reabrindo em 1962 para encarcerar os anticolonialistas de Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde.
Após a desativação, funcionou como centro militar e desde 2000 que alberga o Museu da Resistência. Foram presas neste “campo da morte lenta” mais de 500 pessoas: 340 antifascistas e 230 anticolonialistas.
Esta é a segunda candidatura de Cabo Verde depois de, em dezembro, a Morna ter sido declarada Património Imaterial Cultural da Humanidade, num processo que contou com o apoio de Portugal.